As vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos
Alimentos modificados geneticamente
ganham cada vez mais espaço e o Brasil
já é o segundo maior produtor. Saiba mais sobre o que eles têm de positivo e negativo
Em 2013 completam-se dez anos desde liberação para a produção de transgênicos no Brasil (o primeiro alimento liberado foi um tipo modificado de soja, pela pressão de agricultores do Rio Grande do Sul). Até hoje, porém, não faltam polêmicas e discussões sobre quais seriam as reais vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos para o meio ambiente e para a saúde.
Não é por acaso que estes questionamentos merecem atenção especial por aqui: o Brasil é o segundo maior produtor de transgênicos do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Aproximadamente 90% de toda a soja cultivada em nossas terras é geneticamente modificada.
A principal vantagem para a utilização de sementes geneticamente modificadas, segundo apontado por organizações internacionais como a ONU, é o aumento da produtividade. Mais resistentes a pragas e também aos agrotóxicos, as culturas transgênicas podem ser colhidas mais rapidamente e com menos perda, o que resultaria no ganho para o agricultor e, também, na diminuição dos preços dos alimentos – um fator importante no combate à fome.
A modificação genética possibilita ainda a geração de alimentos enriquecidos, com maior quantidade de vitaminas, por exemplo, do que suas versões não modificadas. Com menos agrotóxicos, os transgênicos apresentariam características mais benéficas ao consumo humano, com alterações previstas de maneira mais controlada.
Os opositores aos transgênicos, porém, enxergam todo este cenário de forma bem diferentes e enumeram desvantagens bastante contundentes no cultivo e proliferação deste tipo de alimento. Do ponto de vista ambiental, a utilização de culturas modificadas provocaria um grande desequilíbrio nos ecossistemas agrícolas. Além de livrar as plantas de pragas, as modificações também abalariam toda uma delicada cadeia de outros animais benéficos ao ambiente e ao solo, quebrando uma cadeia harmônica e natural.
Outra questão é que a utilização dos transgênicos promove a diminuição da biodiversidade. Por causa da busca por maior produtividade em larga escala, espécies locais dos alimentos acabam sendo praticamente extintas do processo de cultivo, trocadas por versões modificadas geneticamente (mais resistentes e lucrativas). Além disso, as espécies transgênicas acabariam, exatamente por sua resistência, se proliferando de forma descontrolada, gerando, mais uma vez, vários focos de desequilíbrio ambiental.
Já pensando no consumo alimentar humano, o grande temor é de que, em longo prazo, as modificações genéticas implantadas em alimentos possam de alguma maneira levar a disfunções orgânicas, promovendo doenças.
Dentre as enfermidades poderiam estar desde alergias – no consumo de um alimento modificado com alguma substância retirada de outro alimento ao qual se é alérgico – até modificações celulares mais sérias, como o câncer. Atualmente, todos os alimentos modificados são testados antes em animais, justamente para que se prevejam e evitem estas alterações.
Vantajosos ou desvantajosos, o fato é que os transgênicos estão cada vez mais presentes em nossas vidas. A agência da ONU para Alimentos e Segurança Alimentar (FAO, da sigla em inglês) estima que aproximados 150 milhões de hectares no mundo são plantados com cultivares geneticamente modificados. Grande parte deste total é dedicado a plantações de soja, milho, canola (usado em forragem/ração) e algodão nas Américas e de algodão na Ásia e África. Os maiores produtores são Estados Unidos, Brasil, Argentina, Canadá, Índia e China.
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